Sobre a Tradição:
Instituídas em Alenquer pela Rainha Santa Isabel e seu marido, o rei D. Dinis, em 1321, as Festas do Império do Divino Espírito Santo, daqui, rapidamente se espalharam, vindo a abranger quase todo o território português continental e insular, com especial destaque para os Açores, atingindo o Brasil e diversas possessões em África e na Índia, e, através de várias comunidades de emigrantes, os Estados Unidos da América e o Canadá.
E assim, mais ou menos adaptadas à dinâmica de cada local, as Festas do Espírito Santo transformaram-se num património do mundo.
Procissões e Bodo
No Domingo de Páscoa, na Missa Solene, assinala-se o começo das Festas com a entronização das insígnias do Espírito Santo – coroa e bandeira.
Na véspera do Pentecostes, a Procissão da Luz ilumina a noite alenquerense, enchendo de beleza as pitorescas ruas da vila, culminando com a celebração da Vigília de Pentecostes.
No Domingo de Pentecostes, segue-se à Missa a tradicional Procissão que, desembocando no Largo do Espírito Santo, aí termina com o grande Bodo.
Bodo que no passado era oferecido aos pobres, hoje é oferecido à população inteira e aos forasteiros, suscitando o convívio fraterno próprio de uma refeição, capaz de superar as diferenças de raças, de convicções políticas, de condições sociais, de níveis culturais e mesmo de credos religiosos, transformando-as em riqueza de diversidade.
Eventos associados
É longa a lista de realizações que ao longo dos anos têm constituído as Festas do Espírito Santo, desde concertos musicais de coros e orquestras e de espetáculos teatrais, a conferências, colóquios e exposições de índole cultural e científica.
São ainda de salientar as participações de Alenquer nos últimos Congressos Internacionais sobre as Festas do Espírito Santo: em 2010 na Califórnia, Estados Unidos da América, 2012 na Ilha Terceira, Açores e em 2014 em Winnipeg, Canadá.
Antigamente, ao lado das cerimónias religiosas havia as festas e divertimentos seculares, dos quais se destacavam as toiradas à corda, como era uso na região.
Os toiros, corridos nestas, eram depois abatidos e a carne, depois de cozida em água e vinagre, era servida num bodo a centenas de pessoas.
Tradição também recuperada, já se realizou na vila de Alenquer, por três vezes, em 2010, 2012 e 2014.
Festas da Solidariedade
Para além da vila de Alenquer, o culto do Espírito Santo tem profundas raízes e tradição em várias freguesias e localidades do concelho, que, contagiadas por Alenquer, restauraram também, recentemente, as chamadas Festas da Solidariedade com missa, procissão e bodo.
Distribuídas pelos diversos Domingos do Tempo Pascal estas procuram valorizar tudo aquilo que de bom se faz no concelho de Alenquer, transformando numa autêntica mostra viva o bem-fazer que coletividades, associações, instituições, grupos e pessoas individuais, desenvolvem nas suas terras em prol da comunidade local.
São os casos de Aldeia Galega da Merceana, Aldeia Gavinha, Atalaia (Ventosa), Ota, Pereiro de Palhacana e Paúla.